Silêncio Aroma




No cristalino céu, em enigma de submissão, simplicidade e sobriedade, se indaga em devassidão e liberdade, porque em ausência, de pálpebras baixas, se descobre riqueza e perfeição no que é perpétuo e indefinidamente imperfeito.
Estranha era a noite. Sozinha. Acariciada pela suave luz refletida pela cegueira ao luar, sonha-se o mundo e o natural, incutido pelo inflamar de aromas e sentidos outros, que ascendem além do tato e sobrevoam a mente em meditação imaginativa. Um estado de inundação da raridade, que nos obriga numa atenção e interesse, que nos coíbe a contemplar, e que no refúgio da escuridão sustém a nossa quinta-essência sonhada. Do insólito e excecional, deleite, afetam-nos a essência natura, esperando que a imaginação
e a paisagem que compõem a pintura, se fundam num plano desatado da veracidade do ser e que deambulem para o incrível e fabuloso.
E pelo que nos perfumes chegam, memórias surgem aliados do incerto futuro expectante. Que de verde se inspira a beleza atravessada em ramos de árvores que se fazem oscilar e vacilar, em monotonia leve umas vezes, estrondosas outras, mas sempre corrompidas pela brisa do vento noturno. Que de azul se vê o espiral corrente, do repleto em onda gelada, num deslizar de espuma branca como a neve, em mar soturno e
perfeito. Que de amarelo, sublime e dourado, adentro iluminando, reflete a cheia lua de fluxo meditar.
Intensa no mistério da adjacente licença para a liberdade, transpirando emoção e imaginação, ficam remetidos numa captura longe da possibilidade fotografada, num campo e duração desconhecido, o flexível e o ilimitado da existência. Assim, da espontânea e livre visão, utópica talvez. Ou não. De idealidade e fantasia, de desvaneio em ilusão. Ou talvez não. Se rodeia o infinito eterno e desejo labirinto de asas, o
indefinido e concreto, e simultaneamente, abstrato. Pois, que da alma se espelha o melodioso enigma do mistério da conceção, que nos faz mover no comboio da vida e da invenção. Livre em ar. Sonhos. De sonhar em período de vagar livre, ininterrupto ao natural do que da natureza se avassala e subjuga, e que de
tão pouco se reconhece, e que de a menos se autentifica.

Patrícia Guerreiro, 12.º H

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