Pertencer
Não me sinto de onde venho,
E onde estou não pertenço.
Não pertenço, mas mantenho,
Mantenho aqui quem sou e o que penso.
Pertenço a mim mesma entretanto,
E onde estou permaneço.
Infiltro-me, escondo-me e muito tento,
Para que algum dia acreditem que pertenço.
Não pertenço, todavia,
Onde estou pertence ao meu coração.
Sinto aqui tanta alegria,
Não há mais bela sensação.
Maria Carolina R. da Silva, 10.° J
Comentários
Considerámos o teu poema bastante enriquecedor e criativo.
Transmitiste-nos uma perfeita ideia sobre os sentimentos de alguém que se sente deslocado e perdido que, sem nunca alterar a sua personalidade, tenta enquadrar-se melhor ao seu redor.
Apreciei o teu texto e escolhi-o para dar a minha opinião amadora porque em algo, não sei o que, sobressaiu em relação ao outros poemas/textos. Talvez pela mera coincidência de eu me identificar com as tuas palavras.
Só porque não nos integramos onde estamos,o ambiente ou ate mesmo a sociedade, não significa que temos de mudar as nossas opiniões, valores, ou nos mesmos, para pertencer.E com as tuas palavras suou isso mesmo. Transmites também, a sensação e a capacidade metamórfica de adaptação. É como se vivêssemos numa constante procura do nosso propósito e existência. Mas que esta "condicao" nao te impede de continuar a viver. Continuar a sentir...
Violeta Santos, nº26, 10F
Gostei bastante deste poema, principalmente, porque me identifico com ele, é importante mantermos sempre o que somos, e mostrar aos outros o que somos e não mudar por causa da pressão que a sociedade impõe em nós, ou a pressão que nós deixamos entrar em nós. Quando é sugerida a ideia de «Pertenço a mim mesma entretanto, / E onde estou permaneço.» acho que é muito importante fazer, e como tu fizeste salientar a ideia mais importante de todas, nós apenas pertencemos a nós mesmos, e não temos de mudar as nossas opiniões por causa dos que nos rodeiam ou por outras opiniões que divergem bastante das nossas.
Obrigada,
Maria Mensurado 10.ºF