As cores da alma
A primeira ideia que tive para este conto foi a
história de Juane. No mundo de Jaune
todas as crianças nasciam com uma cor, mas não é da cor de pele de que falo nem
da dos olhos nem da dos cabelos, mas sim, de uma cor que guardamos num sítio
que se encontra no meio do coração e da imaginação - a alma.
Há lugares escondidos dentro de nós, onde
guardamos os sabores, os sorrisos, as memórias, lágrimas, ou até surpresas...
mas, neste preciso lugar que se encontra no meio do coração e da imaginação,
aquelas crianças guardavam a cor, a sua cor.
Depressa de mais, porém esqueciam-se da cor, a sua
cor, o seu mundo tornava-se preto e branco. Copiavam os gestos, decalcavam as
ideias, reproduziam emoções, uniformizavam os comportamentos.
Neste mundo, a preto e branco, afogava-se, a
preto, lentamente a imaginação de mãos dadas com a criatividade.
Mas Jaune não aceitava ver o mundo a preto e branco,
pois procurava a sua identidade.
Um dia, igual a outros dias, a caminho da mesma
paragem de autocarro, à espera do mesmo autocarro, estava um rapaz; um rapaz
sentado a desenhar. Do desenho choviam cores, Jaune era capaz de ver e sentir a
excitação e a felicidade do amarelo e enquanto as pessoas subiam e desciam do
autocarro, via e sentia a paixão e o fogo do vermelho, o mistério e a suavidade
do azul, a natureza e a frescura do verde, e os autocarros que passavam
começavam a ser menos pretos e brancos. E, nesta euforia, excitação e
felicidade, Juane estava nas nuvens, onde em cima havia um arco-íris a brilhar.
Jaune estava feliz.
Constança Esmeriz, 10.º F
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