Reflexão



Numa tarde em casa, olho para as pessoas que me rodeiam e nunca as vi de outra forma senão aquela. Família. E tento julgá-las como um espectador julga uma personagem de cinema. E será que consigo fazê-lo de uma maneira racional?
Por vezes, não nos apercebemos que o tempo passa e damos por nós a tentar lembrar-nos de onde é que conhecemos tal pessoa. Mas tanto os pais, (principalmente as mães), como os irmãos, temo-los ali ao lado e nunca parámos para pensar quem é aquela pessoa. Pessoa no sentido de ser humano, desligado de todos os sentimentos de familiaridade e analisado como desconhecido.
Por curiosidade, ou não, já pararam para pensar, caso tenham irmãos, de onde e quando é que os conheceram? Quando é que se apresentaram mutuamente? Com certeza acharão esta perguntam absurda, pois passamos os dias com eles e criamos ligações emocionais muito fortes. Quando é que estabelecemos essas ligações? É certo que acontece quando o irmão mais novo nasce, mas quando é que conscientemente percebemos que estava ali uma pessoa, e que, por acaso, é filha dos mesmos pais. É estranho! Mais ainda, é o facto de nós não teremos direito a escolher, se queremos um irmão, ou se queremos “aquele irmão” e não o outro. Por acaso, fomos questionados se não nos importamos de dividir o quarto, futuramente, com mais um irmão? Ou de aturar os primeiros meses de um recém-nascido, que passa horas a chorar? A resposta é não, mas não podemos alterá-la.
Quando dizem que o ser humano não é racional, ou, pelo menos, que a maioria dos seus actos são de foro sentimental, têm razão. Já que se estivermos numa situação em que uma pessoa se magoa e começa-lhe a doer o corpo, nós, sendo ela uma desconhecida, iremos ajudá-la, mas de uma forma fria ou não tão preocupada. No entanto, se essa pessoa for um familiar, nós iremos tentar ajudá-la e arranjaremos uma solução e até, por vezes, chegamos sentir as suas dores (dores psicológicas). Isto acontece, porque nutrimos sentimentos, e consciente ou inconscientemente, guiamo-nos pelas emoções. Então será o ser humano um animal racional ou uma fera domesticada?
Em suma, muitos foram os filósofos que tentaram explicar ou encontrar respostas, mas até hoje não existem. Isto só comprova, que não somos tão diferentes dos animais ferozes, apenas podemos pensar e tomar decisões baseando-nos na razão.


Verónica Fernandes, 11ºE, Escola Secundária de Camões

Comentários

Unknown disse…
Excelente tema Verónica!

"o sono da razão"
Carolina disse…
História muito original e divertida!

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