Quadro de Primavera



Quanto mais percorria aquele bosque, mais as ervas pareciam crescer. Não só as ervas, mas tudo à sua volta parecia gigante comparado com a pequena menina, de cabelo ruivo brilhante, e uns olhos azuis, que pareciam conter toda a água dos oceanos, que combinavam com o seu vestidinho rendado branco como a neve e com pequenos bordados vermelhos e azuis. Parecia ter saído de um quadro de Primavera.
O céu estava agora coberto pelas árvores de vários frutos, que lhe tapavam a vista e, enquanto por ali caminhava, parecia que toda aquela floresta enorme a deixava cada vez mais sem folgo e sem ar. Até que, cansada de tanto correr naquele maravilhoso e mágico bosque, cansada de pular e se imaginar uma fadinha daquelas que vivem na floresta e falam com todos os animais nas histórias da avó Nena, parou para descansar debaixo duma bela árvore. Uma maçã desperta a sua atenção e ela salta e salta para a tentar apanhar, mas não consegue por mais que se esforce. Triste por não a conseguir apanhar, deixa-se cair numa caminha de folhas que lhe faz soltar um risinho, um risinho puro, um risinho de criança, que nada há mais de puro e ingénuo no Mundo.
Sonha agora em crescer e um dia conseguir agarrar aquela maçã, e com ela todos os sonhos e objectivos que uma bela boneca, vinda dum quadro de Primavera, deseja alcançar.

Joana Pedro, 11ºE, Escola Secundária de Camões

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