Ariel



Aposto que toda a gente já teve ou tem algo de adore, pode ser um animal
como um objeto. Não o objeto em si, mas sim o valor sentimental. E aposto também
que dariam a vida por ele.

Vou recuar dois anos, quando eu tinha a minha cadelinha, a Ariel. Ela era uma
Golden Retriver, brincávamos juntas e dormíamos juntas. Atrevo-me a dizer que
fazíamos tudo praticamente juntas. Parece que estou a falar de uma pessoa, mas a
verdade é que para ela o ser, só lhe faltava falar. Até que um dia o meu pai deu-me a
notícia que ela tinha falecido, custou-me acreditar, pensava que era o meu pai a testar
os meus sentimentos por ela. Mas infelizmente o meu pai obrigou-me a entrar numa
nova realidade à qual eu não queria pertencer. A partir daí tudo foi diferente, senti a
falta do barulhento ladrar dela, de quando a Ariel tinha as patas cheias de lama e se
atirava contra mim, ou até mesmo quando eu dizia ‘deita’ e, caso ela obedecesse,
dava-lhe um biscoito de recompensa.

Mas, agora, não podendo voltar atrás e dar-lhe o dobro dos abraços e
beijinhos, ou dar-lhe logo a caixa inteira dos seus biscoitos favoritos, bem, só me resta
fechar os olhos e relembrar estes momentos e convencer-me a mim própria que posso
viajar no tempo.


Catarina Lima, 10.º P

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