Porto e Lisboa



O Porto tem avenidas largas e difusas,

transpira povo e saudade.

Respira rio e combate,

abraço o transeunte

com o bulício efémero da vida.

Penetra nas janelas, o Porto.

Irradia palavras grosseiras

ditas levemente.

É sem querer.

Talvez só esteja à procura do dia.

Dizem que lá faz escuro.

Nunca lá fui.

Mas os que vão, dizem:

Porto é Porto.

Por isso mesmo.

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Lisboa é clara e límpida,

lavada por águas não-emancipadas.

Não são rio, nem mar, são Tejo.

O Tejo abraça Lisboa,

desde o Castelo a Belém.

Desde o princípio ao fim.

Como bom exemplo de paternidade.

Nos pátios e vielas, a vizinhança

perpetua a codrelhice.

Lisboa é fado e Alfama,

é ruela e manjerico,

é sol e luar.

Mas, no fim,

o que fica

são as gentes.


Gonçalo Dias, 11.º F

Comentários

Anónimo disse…
Nestes dois poemas, podemos encontrar como que uma descrição das cidades do Porto e Lisboa. Em cada um deles, é feita uma referência aos elementos que caracterizam cada uma destas cidades.

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