La Nouvelle Vague
No final dos anos 50, um movimento artístico emergiu na França que mudou a arte do cinema para os anos vindouros, chamado de Nouvelle Vague, ou a Nova Vaga.
A história da Nova Vaga tem
as suas origens no fim da Segunda Guerra Mundial, quando o cinema americano se
popularizou na França e levou à criação de clubes de cinema, compostos por
indivíduos que tinham esses filmes como uma paixão. Foi deste ambiente de amor
pelo cinema que surgiu o Cahiers du Cinéma: a revista francesa sobre o cinema
mais antiga ainda em publicação, que teve a sua inauguração em 1951. Escreveram
para a revista François Truffaut, Jean-Luc Godard, entre outros, que viriam a
ser futuros realizadores da Nova Vaga. Associado com o Cahiers du Cinéma era o
“Left Bank”, um grupo composto por futuros realizadores financeiramente mais
bem-sucedidos e de uma faixa etária mais velha e menos fanática por filmes que
os membros dos grupos de cinema que originaram o Cahiers du Cinéma. Aqui
estavam incluídos Agnès Varda, Alain Resnais, Jacques Demy, entre outros. Foi
do Cahiers du Cinéma que surgiu o termo “Film Noir”, a teoria de “auteur” e,
mais importante que o resto, a Nova Vaga.
A Nova Vaga surgiu de uma
rejeição de convenções tradicionais de fazer filmes e de um espírito de iconoclastia.
Os filmes da Nova Vaga eram visões diferentes de géneros do cinema americano,
explorando e atribuindo novas abordagens a edição, estilo visual, design
sonoro, luz e estrutura narrativa, com o objetivo de dar uma nova vida à arte
do cinema. Os realizadores da Nova Vaga atribuíam um forte realismo aos seus
filmes semelhante a um de um documentário, devido ao estilo cru das filmagens
de baixo orçamento. O equipamento era portátil e demorava pouco tempo para
preparar, as cenas eram filmadas no local com o som diretamente capturado, a
edição fragmentada e cenas eram filmadas durante muito tempo e depois cortadas,
formando cortes abruptos dentro da mesma cena. Estes filmes exploravam temas
existenciais e o absurdo da vida humana com o uso de ironia e sarcasmo, criavam
narrativas ambíguas que costumavam deixar a audiência com mais perguntas que
respostas com a combinação de realismo, subjetividade e comentário autoral e
engajavam com as convulsões políticas e sociais da época.
Filmes notáveis deste movimento
são: “O Acossado”, “Bande à part” e “Pedro, o Louco”, de Jean-Luc Godard; “Os
Quatrocentos Golpes” e “ Jules e Jim”, de François Truffaut; “Cléo das Cinco às
Sete”, de Agnès Varda; “Hiroshima Meu Amor” e “O Último Ano em Marienbad”, de
Alain Resnais; “As Donzelas de Rochefort” e “Os Chapéus de Chuva de Cherburgo”,
de Jacques Demy; e diversos outros que fizeram parte e foram influenciados pela
Nova Vaga, de realizadores como Jacques Tati, Jean-Pierre Melville, Robert
Bresson e Éric Rohmer.
Em conclusão, a Nova Vaga
foi formada por jovens realizadores com vozes que queriam ser ouvidas, com
sucesso, formando um movimento que iria marcar o cinema décadas após a sua
duração dentro de finais dos anos 50 e finais dos anos 60.
Joaquim Queiroz, 10.º F
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