Precipitação

 




Deixei-me levar porque nunca lá tinha sido levada.

Não pensei muito nos porquês,

na verdade não pensei em nada.

 

Gostei de falar contigo,

gostei de sentir que me ouvias,

pois interesse sempre pouco senti,

tanto nos outros, como de outros em mim.

 

Não sabia o que queria,

mas soube o que não quis.

Quando te inclinaste,

escapei te por um triz.

 

Fiquei toda sem jeito,

ficaste-te a sentir rejeitado.

Foi um reflexo, não teve outra explicação,

que sentir que seria o meu primeiro beijo, sem a devida conexão, desperdiçado, em vão.

 

Pergunto-me o que em mim viste,

sendo que ao primeiro olhar nada temos que se assemelhe.

Sei que as outras te parecem mais apropriadas,

Mas mais que a aparência pesa o conteúdo.

 

Mais que uma vista ampla,

faltou-te ver ao pormenor quem sou,

pois duas semanas de interesse e dois dias de conversações

nunca a ninguém bastou.

 

Posso não possuir extrema confiança,

mas certa estou, que atraída não me hei de sentir

por quem tão pouco de mim sabe,

para não ter previsto como ia reagir.

 

 

Inês Paulino, 11.º F


Comentários

Anónimo disse…
Excelente trabalho, emocionante e tocante.
Anónimo disse…
Poema muto sentimental, que nos permite refletir sobre a nossa própria vida. Parabéns!

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