Um apercebimento
À medida que fui caminhando
Uma pedra fui chutando
Tornou-se minha companheira
Desde que a encontrei naquela castanheira
Passei ao lado daquela castanheira
Após ter terminado as aulas
Na escola era sempre uma barulheira
Mas a castanheira e a sua pedra eram mácula
Deixando a minha escola,
E desde a castanheira a chutar
Uma pedra até à igreja ripícola,
Foi lá que tive de parar
A pedra acabou por afogar,
E novos amigos há de criar
Foi minha companheira em tempo limite
E uma certa tristeza isso me emite
Pois o tempo é imparável,
A sua força por vezes irreconhecível.
Mas se há algo que termina é tudo o resto.
Por vezes nem esse facto digesto…
Sem nós sabermos tudo nos vai escapando
Num ato duro e lento, um destino marcado.
Mas até que os meus olhos vão fechando,
Enquanto estão abertos nada está cercado.
A pedra que chutei altera-se
O tempo que passei com ela, mais especificamente.
Pois se ela foi minha companheira por uns minutos,
Então acerca dos meus amigos e família o mesmo nota-se.
Alegria e tristeza, dor e prazer aparecem inevitavelmente,
Mas se for com uma pedra ou não, se há algo que em todos os casos é óbvio,
É que, até ao destino, vou sempre caminhando.
Joaquim Queiroz, 11.º F
Comentários
Este poema foi muito inspirador, continua no teu caminho que vais longe.
Cumprimentos