Deambular pela natureza
Deambular na natureza é um convite para se
reconectar com a essência do mundo ao nosso redor. Tudo o que os nossos olhos
veem, tudo o que o nosso olfato capta, o que a ponta dos nossos dedos sente, é
um lembrete da complexidade e simplicidade que coexistem na vida natural.
Na natureza, os sentidos são os únicos
conhecedores. O olhar percorre o horizonte, paisagens e cores impossíveis de
recriar, experiência a coreografia bem ensaiada que é a vida animal. O olfato é
estimulado por cheiros húmidos da terra e pelo fresco das plantas selvagens. O
toque revela texturas inesperadas: o musgo aveludado que se agarra às pedras, a
casca de árvore áspera, a humidade escondida numa folha escolhida ao acaso. O
tato é uma ponte entre nós e a matéria viva, lembrando-nos de que também somos
parte deste sistema grandioso.
Deambular na natureza é também um exercício de
desapego e de presença. Sem destino predeterminado, cada passo é dado com a
curiosidade de quem descobre o mundo pela primeira vez. O momento de estar ali
a ouvir, cheirar, tocar e ver torna-se uma verdade absoluta, um testemunho da
realidade.
É na simplicidade da deambulação pela natureza que
esta revela os seus segredos mais profundos, disponíveis apenas para aqueles
que estão dispostos a apreendê-los.
Beatriz Faúlha, 12.º L
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