Grandes e insignificantes




Camões contradiz-se, enaltecendo a grandeza do Homem e, logo em seguida, admitindo a sua pequenez. 

De qualquer das formas, acredito que uma reflexão sobre a natureza humana não poderia ser feita sem esta contradição. A grandeza, por um lado, estando presente na capacidade da espécie humana em relação ao autoconhecimento e à avaliação. Quer sobre si próprio, quer sobre a sociedade de que faz parte. Esta capacidade, penso eu, permite-nos ganhar curiosidade por novos conhecimentos e essa curiosidade vai impulsionar-nos a tomar medidas para que sejamos capazes de aprender, descobrir e criar coisas novas. Essa curiosidade é claramente o que nos tem levado ao desenvolvimento, seja em que área for.

Como contraposição, Camões menciona a fragilidade física da humanidade. Apesar de invenções úteis o suficiente para nos proteger em vários aspetos, o ser humano permanece frágil e incapacitado fisicamente em relação ao resto do universo. Não me parece que a única fraqueza dos seres humanos seja a fragilidade, estão também muito presentes os vícios, tentações a que estamos sujeitos, além do conformismo que, por vezes, bloqueia grande parte do nosso desenvolvimento. 

Se, por um lado, somos grandes e capazes, por outro, somos insignificantes e pequenos. A presença destes dois opostos, no entanto, faz qualquer reflexão sobre a humanidade definitivamente mais interessante. 


Mariana Monaco, 11.º J


 

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