O silêncio das montanhas
Nas montanhas,
o silêncio tem um peso diferente.
Não é a ausência de som, mas uma presença quase palpável, como se o ar estivesse carregado com segredos antigos, sussurrados apenas àqueles que desejam ouvir. Ali, o tempo parece andar ao ritmo do vento, lento e deliberado.
As árvores imóveis, mas nunca quietas, balançam ao som de uma música inaudível, enquanto riachos descem, persistentes, esculpindo caminhos que ninguém pediu, mas que sempre estiveram destinados a existir.
E, ao cair da noite, quando o céu se despe de tom, torna-se mais denso, quase sagrado, como se a própria terra prendesse a respiração para contemplar o infinito. É, nesse momento, que as montanhas falam mais alto. Não com palavras, mas com o tipo de sabedoria que só a eternidade pode ensinar.
Para quem chega, o silêncio das montanhas pode ser desconcertante, mas, para quem fica, é um convite a ouvir a si mesmo e a encontrar, entre os ecos da solidão, algo que o mundo lá fora nunca será capaz de oferecer.
Daniela Alves, 12.º L
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