Se és belo, Austero.



Do belo ao austero não tão longe te embrenharás.

Espanta o belo! Canta o belo!

Fiquei longe ao alcançar.


Tudo és tu.

Nada crês.

Nada vês se venerares.

Vê lá tu! Olha tu!

Tudo forma o que desfaz.


Caos tu ficas, nada evitas.

Não compreendo o que te faz.

E assim vivo, nele existo,

Pouca diferença entre nós há.


Belo austero,

Eterno nego esta face que me dás.

Pinta tu, nesta linha,

Quanto da mente se desfaz.


Hoje negro,

Levo o peso

Da beleza que esperei.

Nesta recta acabada,

Teço rimas que neguei.


Velho medo,

Canto ermo,

Triste hora que largais.

Abre as portas,

Se é que ficas,

É que o mundo se retrai…


Beleza etérea.

Austeras linhas.

Mordo o beiço que sangrei.

Se é o medo que me habita,

Ao relento me deixei.


Tanta barba!

Tanta vida!

Neste campo desenhei.

Se a chuva não é minha,

A quem mais me deixarei?


Madeixa solta.

Cor perdida.

Triste lema que elevei.

Nesta história, nesta linha

Espero e amo o que encerrei.


Isa Marques, ex-aluna da Escola Secundária de Camões

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