Anjos Caídos



Ganharam asas e levantaram voo

Oh! Que belo foi vislumbrar o céu!

Deixaram as terras,

Partiram para mais alto

Esquecendo-se de tudo para trás

Até não aguentarem o fardo

E voavam os homens, como os anjos

Pois tinham asas, meios para ir mais longe,

Mas não as mediram, e a pressão aumentou.

E, como os anjos, caíram os homens

Oh! Tal Ícaro, por demasiado alto voar!

Descartaram-se as asas, ficando as penas no ar,

Vai-se mais fundo, até onde a luz não chegar

E ficam os homens sem luz, sem esperança

Juntam-se aos anjos caídos, por demasiado tentar

Sobram os egos, feridos, sem hipótese de tratar

Pois eles próprios traçaram o destino, que não querem ver chegar

E o que era antes beleza, é agora fealdade

E o que era antes futuro, é uma porta trancada

Pela chave que os homens carregam, mas não podem usar,

Pois os anjos que antes voavam, agora não se podem levantar.

Agora que lá estão, não conseguem mais sair

Fizeram a escolha, sabendo o que esperavam

Voaram demasiado alto, sem nunca olhar para trás

E tentavam fugir do destino que criaram,

Sabendo que tinham tido a hipótese que agora ansiavam

E bastava não voar tão alto…

Só restam as penas queimadas, que não voltarão a sarar,

Enquanto apodrecem os homens, no abismo que cavaram

Olhando agora para o céu, querendo ainda voar.

Rui Agostinho, 11.ºD

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