Ponteiros
Consigo
ouvir o tempo passar. A melodia repetitiva dos ponteiros.
Um som
assustadoramente imparável, um momento incapaz de ser recuado.
Um barulho
para os que tentam, em vão, controlá-lo, algo veloz para os que se abstraem
dele. Do som. Porque, na verdade, é impossível escapar à sua passagem.
É uma
monotonia contínua, de constante mudança irreversível. Uma frequência absoluta
preponderante.
Consigo
ouvi-lo avançar, ignorando a existência de circunstâncias. A repetição
harmoniosa dos ponteiros.
Tic-tac.
Tic-tac.
Maria Catarina Carvalho, 12.º H
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