Mudanças
Estava um dia
solarengo e tudo parecia calmo e alegre. Ouvia-se o canto dos pardais e era
rara a presença de nuvens. Corria uma aragem fresca, comum para a altura. Tudo
indicava que seria um dia agradável. Passavam carros e multidões, como habitual,
naquela rua estreita mas prolongada. Mas o tempo mudava. Nuvens negras e
carregadas de chuva aproximavam-se, a aragem fresca tornara-se numa ventania
insuportável. Os comerciantes já começavam a fechar os seus estabelecimentos,
com medo do temporal que estaria por vir. Num piscar de olhos, a rua estava
deserta. Como se não fosse habitada até. Mesmo a tempo. Um trovão aclara aquela
rua escura e de pouca iluminação e, com isto, as primeiras gotas de chuva
irrompem, naquele dia que, outrora, teve tudo para ser perfeito. Começavam-se a
formar pequenos lagos na estrada e, os poucos carros, que por lá passavam,
faziam a água da chuva saltar para todo o lado, com uma pequena criança
saltaria, feliz, naquelas poças. O dia mudara. A chuva não parava e nem parecia
que iria parar tão cedo. E não parou.
Beatriz Telo, 11º I
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