Desabafos



 


A angústia que me dá.

A angústia que me dá estar aqui

quando podia não estar.

A angústia que me dá não poder voltar atrás

p’rá altura em que tinha oportunidade de mudar.

“Mas não mudaste?”

Mudei, só não a tempo de me salvar.

Mudei para melhor, mas não melhorei.

“Mas parece que melhoraste.”

Melhorei, só não o suficiente para estar bem.

Mudei e melhorei e, ainda assim,

do meu passado continuo refém.

Mudei e melhorei.

O que fiz também?- ignorei,

mas tal num cofre guardei.

E guardarei.

Pois a verdade é que estou bem.

É isso que mostro,

que mostrarei.

Já o que se passa cá dentro?

No cofre também.

E sobre o que está nesse cofre somente eu sei.

Somente eu,

saberei.

 

 

Diogo Sousa, 11.º L 

Comentários

Anónimo disse…
parabéns pelo texto comovente, foi inspirador ler este poema , com um tema emocionante.

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