Ligeira Aragem

Hoje gostava de poder ouvir que consegui…
Quando se tem um objectivo, uma espécie de caminho a traçar, cortar a meta é mesmo o que mais se deseja.
Imagino como será a corrida até à meta, passo após passo, todos os movimentos sincronizados, realizados ao longo do tempo do percurso, vendo tudo o que se ambicionou e esperou passar para trás. Sentir apenas e somente uma ligeira aragem, que bate sobre o meu rosto, sinal de todo o esforço e cansaço em demasia.
Mas será que poderei viver uma realidade assim ou restringir-me apenas e unicamente a uma ilusão?
Na verdade, a ilusão seria uma desqualificação na corrida, devido ao facto de não ser a sonhar que conseguiremos chegar onde ambicionamos.
Temos, sim, de calçar as botas e, com a mochila às costas, fazermo-nos à estrada, prontos para enfrentarmos o desafio que temos pela frente.
Contudo, será que essa caminhada é mesmo uma aventura ou um obstáculo que se cruza no caminho, que torna, assim, a caminhada mais dura, e, com isto, mais complicada do que, na verdade, aparentava ser? É provável.
Mas, não será mais gratificante recebermos a medalha, sabendo que fomos à luta e que, para chegar ao fim, tivemos de ultrapassar cada obstáculo, um por um? Também é provável. Pois bem, parece que, a cada minuto que passa, pode ser posto, no caminho, um obstáculo, e ser proposto um novo desafio para ser ultrapassado e eliminado.
Quero ouvir que consegui, hoje, amanhã e sempre que enfrentar qualquer provocação que a vida me coloque. Mostrar que não só fui capaz de enfrentar a dificuldade, como também a consegui vencer.
Será pedir muito?

Catarina Lopes, 11ºE, Escola Secundária de Camões