Justiça
Pensava ainda nas notícias que tinha ouvido na rádio de manhã quando, já pela tarde, descansava no sofá. Uma delas captara a minha atenção. Um homem há poucos dias preso por consumo de drogas ilegais tinha sido libertado sob uma fiança. Será isto justo perante os outros, condenados pelo mesmo crime? Não o é obviamente; demonstra que a justiça funciona de maneira diferente para quem tem dinheiro, e essa prática é legalizada exatamente pela existência de fianças.
Voltemos ao conceito de justiça. Há bastantes interpretações da mesma palavra. Eu vejo-a como uma característica que embora não esteja sempre presente na nossa sociedade, é indispensável ao seu funcionamento. Se há justiça, não há fatores influenciadores da nossa penitência além do que nos pesa na consciência.
O próprio Homem criou as injustiças e tenta agora combatê-las. Foi o Homem que criou sistemas viciosos, em que um material ou objeto tem poder, como o dinheiro. O homem criou também as classes sociais à medida que a sociedade evoluiu; os sistemas políticos que acabam por colocar uns em situações mais prestigiadas que outros. Tudo isto incentiva uma das grandes barreiras à justiça, a corrupção, segundo a qual pessoas sem moral ou consciência se julgam mais importantes pela sua riqueza.
Podemos tentar combater esta ganância, mas conseguiremos mesmo? Ou o mundo encontra-se agora numa teia demasiado complexa e profunda de esquemas viciosos que parecem não ter retorno?
Margarida Honório, 10.º F
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