A Nação e a Vigilância





 Os sistemas atuais de vigilância política não correspondem aos imaginários distópicos de tortura e brutalidade ostensiva ou de propaganda e repressão clandestina, ainda que estas continuem a ser usadas como instrumentos semi-legais numa espécie de estado universal de emergência nãodeclarado de guerra ao terror. Assim, a impermeabilidade da vigilância política aperfeiçoou a sua impessoalidade automática, permitindo agora a localização individual por coordenadas, o chamado GPS (Global Positioning System) e a expansão e prospeção massiva das redes de comunicação, num desrespeito flagrante pelo direito da privacidade. Cada vez mais, vestígios da nossa ação são deixados nos sistemas de dados e espaços virtuais, traçando, assim, a monitorização do presente e o condicionamento do comportamento futuro. Observamos, então, uma virtualizarão preocupante da economia e da identidade, como uma manipulação programadora dos indivíduos, dos seus desejos, da sua imaginação, dos seus sentimentos, e principalmente, da sua existência. Finalizando, o princípio da vigilância institui-se como princípio universal na definição do comportamento das instituições relativamente aos indivíduos, alargando-se ao espaço público das ruas, praças e parques. Ser administrado e ser vigiado é a essência última do cidadão livre.



Gonçalo Dias, 11.º F

Comentários

Mensagens populares