Flagrante



  A cama é grande e acolhedora, os lençóis suaves envolvem e confortam. O cheiro a roupa lavada e fresca ainda neles perdura. Pela janela entreaberta entram raios de luz, curiosos mas tímidos, que iluminam tecido branco e cabelos embaraçados durante a noite. Um bocejo, o canto luminoso de um pássaro madrugador, o abanar distante de folhas presas a uma árvore. Na mesa de cabeceira, encontra-se ainda uma chávena de chá, frio mas reconfortante, o calor suave do gengibre aquece a garganta. No chão está pousado um livro, aberto na página certa para retomar a leitura. As letras ordenam-se em palavra e as palavras formam imagens, libertam ideias. Um suspiro de contentamento atravessa o ar.


Joana Simões, 11.º F

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