Monólogo de uma formiga trabalhadora

           
  Andar, andar, andar... Em frente, sempre constante, igual. Andar e andar, até que andar seja a única opção. Para a esquerda, para a direita. Andar, saltar, movimentar, continuar, ir para diante. Caminhar infinitamente, eternamente. Com rumo, mas sem caminho. Dar uns passos para trás, rebolar um pouco, tropeçar umas quantas vezes, encontrar uma direção e seguir viagem. Um pé em frente ao outro. Andar, andar, andar... O destino é a própria caminhada, o objetivo é permanecer firme, é mover numa direção, para na outra, retomar fôlego, andar sem quebrar o sentido da viagem. Andar, ao ritmo de tudo, de todos, do Universo que gira e nos faz girar. Andar, a tempo com o nosso próprio coração, com o pulsar das nossas veias, o bater que nos ergue, que nos concede vida. Andar para sempre.


Joana Simões, 11.º F


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