A fragilidade e a força do Homem

 






     Camões contradiz a fragilidade e a força do Homem no início e final do Canto I. No início, este declara o Homem como sendo capaz de ir para além do que “prometia a força humana” e no final como sendo “um bicho da terra tão pequeno”.

É possível que esta contradição advenha da perspetiva. O Homem pode ser visto como um ser cheio de grandeza, que pode alcançar feitos incríveis, mas isto tudo depende da dita perspetiva. Por exemplo, nos Descobrimentos, o povo português parecia ser um povo superior em comparação aos povos que encontraram nas suas viagens. No entanto, de uma perspetiva divina, o povo português parece ser um ser pequeno que está à mercê do destino.

Quando Camões fala da grandeza dos portugueses, este refere-se aos seus grandes feitos e aos que estão para vir. Por isso, a grandeza reside na imortalidade, ou seja, nos eventos que vão ser falados ou mencionados durante muitos séculos, eventos, pessoas e uma cultura que não vão cair no esquecimento. No entanto, Camões reflete também acerca da pequenez do Homem. Este declara que a pequenez advém da fragilidade dos seres humanos, em como eles estarão sempre sujeitos ao perigo e em como não há sítio nenhum onde possam estar seguros.

Em suma, a vida humana propõe uma contradição, acerca da fragilidade e grandeza. O Homem é visto como um ser que incentiva tanta grandeza como pequenez. Ambas residem e advêm do próprio ser humano.



Carminho Leite, 11.º J

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