A grandeza e pequenez do Homem




Camões apresenta o Homem como sendo capaz de ir para além do que «prometia a força humana», porém também o reduz a «um bicho da terra tão pequeno».

De facto, existe uma contradição na própria existência humana, e o poeta não deixa de nos relembrar essa ambiguidade a que estamos sujeitos. 

Ao longo da história, foram vários os momentos em que o Homem teve de se superar e de ultrapassar os limites impostos para a época em que vivia. Contudo, o ser humano é, inevitavelmente, vulnerável, face à incerteza e aos perigos da vida.

Ao lermos as passagens: «Oh! Grandes e gravíssimos perigos, / Oh! Caminho de vida nunca certo, (…)», percebemos que o poeta considera que a vida, a que estamos todos fatalmente sujeitos, é insegura e perigosa. Mesmo os bravíssimos navegadores lusitanos estavam a ser alvo dos planos bem engendrados de Baco, que tinha, como principal objetivo, o de arruinar a chegada dos portugueses à Índia. 

Deste modo, conseguimos entender que o Homem tanto pode ser grande, ultrapassando os seus limites e realizando feitos dignos de serem honrados, como é igualmente pequeno, pois nada pode fazer face à vontade divina. 

O facto de estarmos todos irremediavelmente destinados a morrer é uma prova da nossa impotência e fragilidade enquanto humanos. 

Resumindo, toda a nossa existência encontra-se profundamente marcada por um contraste entre aquilo a que estamos condicionados a viver e, ao mesmo tempo, com o nosso livre-arbítrio. 



Catarina Quintas, 11.º K

 

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