Digressão
O brilho da lua, atravessando as camadas de nuvens, escondendo-se da grande multidão, espalha-se pelo mar, formando pedacinhos de escamas na sua superfície, mexendo a um ritmo simples e calmo.
As ondas do mar batem com força na saia branca que tens vestida, tentando levar-te de volta para a costa. A água salgada do mar limpa as manchas de sangue que marcaram intensamente na pele, com a esperança de que era capaz de aquecer este coração todo desmanchado.
O silêncio desta longa noite leva-te a ouvir o barulho profundo do mar. A quem é que pertence este som triste que te conduz ao final da esperança? O espírito, a alma e o corpo afundaram-se, eternamente, nesse mar desconhecido.
Adoravas aquela combinação perfeita, a brisa salgada com a areia húmida do mar, dizias-me que te deixava o pensamento voar em paz. Perguntavas-me para onde é que iriam as pessoas depois de morrerem. Questionavas-me se ainda existem pessoas que te amem neste mundo cruel. Criticavas a sociedade por estar sempre a sorrir para os maus. Reclamavas ao céu por as pessoas serem egoístas sem noção.
Sussurraste, com uma voz lenta e cansada, que já não existem mais razões para que continues a viver neste mundo que te abandonou, que te deixou solitária para sempre. Pois, para ti, tudo deixou de ter sentido.
Qingqing Liu, 11ºK
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