O Pastor de Sonhos




Filipe era um rapaz que alimentava sonhos. Todos os dias encontrava um novo sonho, o qual não deixava fugir. Ele assumia-se como um pastor de sonhos.

Porém, Filipe não conseguia ser imparcial…tinha um preferido. Assim, no meio dos seus imensos sonhos havia um que era melhor guardado que os outros: O Sonho de Justiça. Ele queria um mundo justo! Queria um mundo em que todos fossem respeitados e amados, um mundo com comida para os pobres e para os ricos, um mundo com cuidados de saúde para as crianças, homens e mulheres. Um mundo justo, pois!

Mas Filipe, na ânsia de fazer justiça, não mimava os outros sonhos. Esquecia-se de que todos precisam de carinho, até os sonhos.

Nesta procura de justiça, o Filipe era injusto e uma questão se lhe levantou: Seremos injustos querendo ser justos? Os seus lábios balbuciaram na sua dúvida e um dos sonhos ouviu-o no seu silêncio.

O sonho de sonhar foi ao seu ouvido e disse: Não alimentes mais um sonho do que os outros, assim todos os teus sonhos podem morrer. Morrem lentamente. Os preteridos morrem de sede, fome, mágoa e o teu
preferido morre de obesidade.

A partir desse dia, Filipe começou a tratar os seus sonhos com justiça, a justiça de deferência pelos sonhos que cativava. Lembrou-se, então, da frase do Principezinho de Saint Exupéry “Nós somos responsáveis
por aquilo que cativamos e quando cativamos pessoas, criamos laços com elas”. Os sonhos não são pessoas, ele sabia, mas para ele os sonhos podiam ser sonhos de pessoas.

Carolina Amblat, 12.ºD

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