As sensações e emoções do outro mundo - Capítulo 2: A dificuldade
Não consegui abrir os olhos. A luz incendiava-me todo o meu rosto. Tive que fechar a porta. A minha visão perdeu nitidez por uns instantes. Assim que recuperei, voltei a abrir a porta. A luz voltou atacar-me, desta vez penetrava nos meus olhos e fazia uma dor ardente, não aguentei e tive que voltar a fechar a porta. Comecei a olhar para as minhas mãos e de repente perdi-as, não as consigo ver, mas consigo sentir. Consegui sentir o meu peito a bater, o meu coração a bombardear cada vez mais depressa. O que significa isto? Estou à beira da morte? Fui sentindo os lados das paredes para me conduzir até casa de banho. Abri a torneira, mergulhei as minhas mãos dentro da água e lavei o meu rosto. Senti uma frescura à minha volta, o vento a introduzir nos meus olhos fez-me recuperar a minha visão. O meu corpo. Voltei a conseguir ver. Descobri que o meu coração me avisa quando estou em momentos de perigo.
Decidi investigar as outros restantes chaves que tinha. Tinham formas muito incomuns: de triângulo, quadrado, rectângulo, losango e círculo. Muitas das portas eram trancados e bloqueados por tábuas. Agora que tenho ferramentas já é tudo muito fácil. Puxei os pregos das tábuas, cortei as fitas adesivas e por fim as tábuas foram ao chão. A chave, que é preciso, não tinha. Fui tentar com as outras duas portas, mas o resultado era igual. As chaves eram totalmente diferentes das que possuía na mão.
Voltei ao meu objectivo principal, sair desta casa. Preparei tudo e desta vez levei as tábuas. A porta foi novamente aberta por mim. A luz tentava impedir-me de sair, mas eu e as minhas tábuas superaram-no. Contudo não conseguia ver já que a luz cobria quase tudo à minha volta. O meu coração voltou a avisar-me que estou em perigo, pois o meu coração voltou a começar bater cada vez mais depressa. Assim que quis regressar vi a luz a ser mais confortável, mais amigável e que me magoava muito menos. Não percebi o porquê da simpatia da luz, mas fiquei mais tranquilo, no entanto, voltei a fechar a porta.
Eram ainda dez horas da manhã e decidi tomar banho e fazer o almoço. Após o banho e o almoço fui tocar piano. O piano já era um bocado velhinho, contudo o som continuava ser jovem.
Às treze horas, preparei-me fisicamente e mentalmente. Não levarei a mochila, vou desprotegido desta vez, vou desafiar a luz. Abri os meus olhos ao mesmo tempo que a porta e vi “o outro mundo”.
Roberto Li Zhou, 10ºE
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