Nascer a Gritar
Ao nascer damos o primeiro grito para a vida e para avisar que chegámos. Vimos de um local seguro, onde tudo é protegido e onde sabemos que está tudo bem. Saímos para o mundo, cruel e, ao mesmo tempo, tão bonito. Saímos com um grito, um tão comum e mortal grito.
Ao longo da vida continuamos a gritar, a protegermo-nos de todos, a tentarmos ser felizes. Infelizmente, nem todos podem ser felizes, nem ter tudo o que querem. Mas, temos de lutar. Para conseguir, para chegar mais longe, e para ser feliz. Porque, hoje em dia, a felicidade depende dos bens materiais mais do que das pessoas. Com tristeza, a minha e de certeza a de muita gente, os bens materiais estão a apoderar-se dos nossos sentimentos e a consumi-los. Sentimentos esses que deviam ser para pessoas. Amar aquele iPod não é o mesmo que amar aquele rapaz. Com certeza, um dia, eu própria, me vou aperceber que há um rapaz que merece o meu amor tanto quanto o meu iPod.
Enfim, de que serve esforçarmo-nos tanto para obter algo se, por um minuto de distracção que seja, tudo pode ir, tal como as folhas com o vento!? Vou entender, num certo dia, porque dou tanto valor aos objectos, comuns e substituíveis.
Até lá, entretenho-me com a minha música no meu precioso iPod e, talvez, dê um grito para acordar para a vida real em vez de continuar a viver nos vídeoclips das melodias que continuo a seguir. Talvez um dia desperte. Talvez, sem certezas. Mas, até chegar a esse dia, vou sonhar e aproveitar.
Raquel Reynaud, 10ºE
Comentários
Gostei mesmo muito, escreves muito bem :)
Beijinhos
Rita Amador 10ºE
Adoro tudo o que escreves mas tens de continuar "Sob os narizes do Olimpo", tenho saudadeeeees.
Beijinho*
Raquel Reynaud