A continuidade do silêncio
Abres uma garrafa de vinho
À espera que o líquido te dê o
que nunca recebeste:
Esse amor de que todos falam
Mas ele apenas te dá o que já
conhecias:
Aquele amor iludido e
temporário.
Bebes um copo, dois copos,
três copos…
À espera que o efeito surja
Enquanto não aparece ficas
estática a olhar o vazio
Bater do vento na janela, sem
interromper a continuidade do silêncio
Uma gota cai do copo, uma
porta abre
Um soluço mudo escapa, um
olhar nunca piedoso reflete,
No canto da vidraça, o futuro
que se assemelha ao passado.
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