A continuidade do silêncio




Abres uma garrafa de vinho
À espera que o líquido te dê o que nunca recebeste:
Esse amor de que todos falam
Mas ele apenas te dá o que já conhecias:
Aquele amor iludido e temporário.

Bebes um copo, dois copos, três copos…
À espera que o efeito surja
Enquanto não aparece ficas estática a olhar o vazio
Bater do vento na janela, sem interromper a continuidade do silêncio
Uma gota cai do copo, uma porta abre
Um soluço mudo escapa, um olhar nunca piedoso reflete,
No canto da vidraça, o futuro que se assemelha ao passado.

Maria Carolina Vaz, 11.ºK

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