Carta para o “eu” futuro





Cheira. Ouve. Sente. Aguça os sentidos e cria. Não deixes nada por expressar, excepto o inexpressável. Não caias em espirais de pensamento que te tomam os músculos, o pensamento, te inibem o sentir, que incentivam o ócio e ridicularizam a tua força de viver sem qualquer legitimidade. Cria. Acima de tudo, cria. Não pares de criar. Gasta as palavras, reinventa-as. Revoluciona o tempo em que vives com a tua arte, ou, se não, revoluciona outros que têm neles universos maiores que o teu. Não subestimes o ser humano; nem a sua estupidez. Não tenhas medo das tuas prisões. Lê. Vê. Tem sede do infinito, ainda que saibas que é insaciável. 
Não sejas ateísta. As religiões são a maior riqueza da humanidade. Conhece o máximo de Deuses e filosofias de vida. Conhece e cuida do teu corpo e destrói-o quando te apetecer. Faz tatuagens, piercings, desenha o teu corpo, escreve o teu corpo, pinta o teu corpo se quiseres. É teu, e é a única coisa verdadeiramente tua no mundo.
Não te esqueças dos outros… nunca. Não te esqueças das caras que te moldaram o ser, ainda que elas se esqueçam de ti. Não te esqueças de amar. Não te esqueças daqueles que são vítimas das circunstâncias. Há vários tipos de sofrimento. E as circunstâncias são mutáveis.  
O pensar é a nossa maior beleza, domestica-o. Ansiedade faz parte. Domestica-a também. Só és a criar, nunca pares. Vota sempre.. Nunca tenhas mais que três certezas. Os filósofos são humanos e os políticos também.



Mariana Ferreira, 12.º H

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