Pequenas coisas



Eram oito da manhã, oito e treze, para ser mais preciso. Quando reparo na mulher alta, vistosa e esbelta com quem cruzava o meu olhar. Permaneci a olhar fixamente para ela, enquanto andava apressado, já atrasado para me apresentar no primeiro dia de trabalho depois das férias terem acabado. A mesma rotina, todos os dias, as mesmas feições, os mesmos sons, luzes, cheiros. Era tudo tão o mesmo até olhar para aquela mulher. Tão simples, mas tão atraente, que fui obrigado a quase decorar as suas curvas. Chamou-me a atenção. Por isso, escrevo para não me esquecer da diferença e do encanto que uma pessoa, pela sua existência, pode fazer na nossa vida. Para ser mais objetivo, a diferença que aquela mulher fez no meu dia.

Virando a questão centrada em nós próprios, será que também estamos cá, para mudar o dia de alguém? Às vezes ponho-me à janela, olho para a lua e penso “nós somos tão pequenos relativamente à imensidão do universo, todos os conflitos que, às vezes, possamos ter com alguém, não valem de nada”. Porque não valem mesmo. Eu vejo a vida como um capítulo, uma história. Tem de ser vivida com alegria e entusiasmo. Cada capítulo é uma aventura, é único, cansativo e difícil, por vezes, emocionante, inesquecível e muito curto, porque o tempo passa a correr. Porque nós nascemos para morrer e as coisas boas têm sempre um fim. É o amor que nos suporta, nos alimenta e nos entusiasma. Faz parte da nossa vida, porque, se não o houvesse, eu não chamaria a isto vida.

Com isto, tento dizer que bastou olhar para aquela mulher tão bonita, com um ar simpático e bastante amável, para me aperceber que o tempo está contado e não há motivos para nos aborrecermos por pequenas coisas. Acabo, assim, por afirmar que sei que serei uma pessoa melhor por tentar tornar o dia de alguém melhor com simples ações.

Façam o favor de serem felizes!


Madalena Oliveira, 10.º H

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