Sentir a chuva...



Era uma manhã de inverno. Sentia-se o frio ao caminhar pelas estradas daquela pequena aldeia. Seria a última vez, pelo menos, desse ano. As nuvens estavam carregadinhas, mas não chovia. Até aparecia o sol de vez em quando. Apesar disso, o passeio foi curto. Partiria cedo, após a caminhada. Mas era necessário uma última recordação daquele pequeno sítio que tanto aquece a alma. Viam-se as pessoas habituais a caminho dos campos, de outros trabalhos e até mesmo para comprar o pão. Estava tudo calmo, como sempre. Sentei-me num banco que se encontra debaixo das árvores já sem folgas. Estas iriam renascer, verdes e lindíssimas, quando lá voltasse. Olhava em volta, como a decorar tudo daquela manhã, os cheiros, as pessoas, a paisagem, tudo. Começa, então, a chover. Regressei. Tinha de o fazer. Parecia tudo tão triste, a chuva compreendia-me, acompanhou-me no caminho, como se fosse a minha companheira. E era. Deixar aquele lugar entristecia-me e as pingas que caíam percorriam a minha face como verdadeiras lágrimas. Apesar de tudo, queria voltar a sentir tudo de novo, fechar os olhos e sentir a chuva percorrer-me e perder-me nela.



Beatriz Telo, 11º I

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