Simples Palavras

 
 
 Atualmente, vivemos num mundo rodeados pela mais moderna tecnologia, em que o papel vai cedendo o seu lugar ao digital e em que ler, nesse formato, se vai tornando parte do quotidiano.

   Discordo daqueles que dizem que, com o digital, a leitura passou para segundo plano. Na realidade, a inovação permitiu uma maior adesão, por parte da população, aos livros. Quem já não viu, ou por norma vê, seja em transportes públicos ou entre conhecidos, um kobo? Sem a desvantagem que o peso dos livros provocava ou, referindo os mais cuidadosos, o desgaste da lombada, (lembro-me de, apesar das capas de livros, que serviriam obviamente de proteção, não me achar confiante o suficiente de modo a levá-los na minha atafulhada mochila, seria negligência), as pessoas foram lendo mais, sendo recomendadas por amigos e recomendando elas próprias. Através do seu meio de comunicação favorito, encorajam-se os filhos e estes, sem justificação agora para não ler, encontram na leitura um modo de escape. Pode-se ir a milhares de lugares sem sair do mesmo sítio, viajar milhões de anos ou simplesmente esquecer tudo o que nos rodeia.

   Por exemplo, um livro pode fazer com que uma pessoa tanto ria como chore, surpreendendo com a forma como a consegue penetrar, transmitindo pensamentos e sentimentos. Podemos não ser tributos, ou divergentes, ou mestiços... podemos até nem ser cavaleiros de dragões, mas somos leitores, e isso é exatamente a mesma coisa.

   Por outro lado, esta fascinante atividade não é permitida a todos. Crianças que nunca tiveram acesso ao ensino, sem saber ler ou o que é um livro, trabalhando desde cedo, de modo a poderem sustentar a família, não tendo assim o tempo nem os meios para adquirirem um livro. É nosso dever, portanto, aos livros que neste momento ganham pó nas estantes ou cuja existência era uma incógnita até à altura, dar-lhes uma nova vida e fazer alguém feliz. Imagine-se, por exemplo, que cada pessoa doe um livro a estas crianças, o mundo seria muito melhor. Contudo, apesar desta evolução com as tecnologias, o mundo ainda não se encontra preparado para dar asas a um projeto deste calibre, pensando mais em formas de rendimento em termos monetários, ao invés de render com a alegria de uma criança.

   Em conclusão, apesar dos obstáculos que se possam interpor no caminho, como a fome, a doença, as guerras e mudanças climáticas, devemos ter em mente que, para a resolução destes problemas, estamos nós presentes.



Verónica Ingham, 11º H

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