Chaka




Chaka é o meu amigo. Para ser mais exacta, o meu cão. Dele não se pode esperar outra coisa se não de um verdadeiro companheirismo, puro divertimento e alegria.
Quase todo ele é preto, tirando o seu peito branco e as suas patas louras e brancas. Tem uma cauda preta e enrolada com a ponta branca que quando se chega a casa abana com a maior satisfação do mundo.
De manhã, só se levanta definitivamente quando o último o fizer. Quando acordamos ele salta, ladra e abana a cauda, pois está feliz por lhe darmos atenção, depois de uma noite chata para ele, sempre às voltas sem ninguém que o procure.
Está sempre disposto a comer. Deseja tanto a comida que quase parece ter um buraco na barriga por onde tudo aquilo que pára no estômago se desvanece por lá e acaba por ter sempre apetite, ou será melhor chamar-lhe gulodice? Acabamos todos por nos derreter com o seu olhar de quem fazia tudo para ter um pedaço da nossa comida. E lá o fazemos. Ele gosta de praticamente tudo, tirando alface, clara de ovo cozinho e delicias do mar, e se ele pudesse… a despensa já estaria vazia. Pelo contrário, adora frutas, queijo e mexilhões.
Para se divertir, roça perdidamente as costas e o focinho no tapete da sala ou em cima duma cama, rouba fruta da taça, nomeadamente quando há tangerinas, que as descasca no tapete com os dentes deitando os caroços para o chão. Corre rápido, característica da sua raça Galgo Espanhol, e como um desvairado para apanhar a bola azul, ladra por tudo e por nada e depois lá está ele a receber um bom osso para se acalmar. Cá para mim faz de propósito, mas a minha mãe diz que não é nada disso. Gostamos muito de brincar com o Chaka e ele certamente connosco. Costumamos fazê-lo bastantes vezes. Para ele “vai buscar a bola” é ir buscar o primeiro brinquedo que se encontrar à frente. Parece que para ele não tem o mesmo significado que para nós. Gosta imenso de parvoíce.
De noite, quando alguém se decide deitar, abre a cama e vai vestir o seu pijama. Na vinda para a cama, quem lá está é o Chaka, todo deliciado e encostado à almofada. Deitado de tal maneira que às vezes a vontade é de puxar o cobertor para cima e dizer-lhe baixinho “ hoje podes ficar aí”.
Mesmo que ele às vezes só venha ter comigo porque estou a lanchar, sempre me lembrarei que este poderá ser o amigo mais fiel que poderei ter para o resto da minha vida, por isso lhe dedico este texto.

Beatriz Mendes, Escola Secundária de Camões,10ºD

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