Luz de petróleo



Enquanto Jacinto aquecia o jantar, ao lume de uma pequena fogueira, Ana
pensava no nada que era a sua vida.
Jacinto estava preocupado, nunca a vira assim.
- Que se passa? Não é normal estares assim – pergunta Jacinto um
pouco receoso da resposta que poderá receber.
- Nada meu caro, passa a vida, a nossos pés, e nós por desleixo não a
apanhamos.
Ana tinha razão, a vida passa aos pés de todos nós, tudo o que a
compõe, do bom ao mau, do feliz ao triste, do concreto ao abstrato; só
há uma única coisa que não passa, que temos que ser nós a criá – la, que
é a força.
Associada ao conceito de força temos a coragem que nos pode correr
nas veias, que nos pode saltar pela força da voz, mas, muitas vezes, falar
não chega, é preciso concretizar.
Nada é demais, pois tudo o que existe é resultado de algo e esse
tal “algo” pode estar bem mais disponível do que julgamos.
- Pois bem, estou sem palavras, sem força, nem coragem.- Respondeu
Jacinto completamente cabisbaixo.
- Se não tens procura, pois pode não passar à tua frente, mas tem de
estar em qualquer lado.



Luísa Vera, 11.E

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