Aprender a crescer

Aprender a lidar. Aprender a lidar com os imprevistos, com as falhas, com as diferenças. Aprender a lidar com o mundo que constantemente nos puxa para trás, quando queremos dar dois passos em frente. Não é fácil. Nada é fácil. Tendem a “sobreviver” os que melhor se adaptam às situações, e, normalmente, esses são muito poucos, pelo menos que o façam na altura certa.

Saber enfrentar medos e receios. Saber escolher o que nos faz fazer levantar todos os dias da cama. Saber ter a capacidade de evitar e defender daquilo que nos faz pior. Perceber que, na altura certa, alguma coisa não acontece ou se realiza como queremos, por um determinado motivo, que acaba por não ser credível no momento em que mais desejamos que algo aconteça e acabamos por não conseguir tê-lo, não chegando a entender bem o porquê.

Tudo isso nos faz crescer, mesmo que na maioria das vezes seja difícil abdicar de certas ideias. É difícil aceitar quando as nossas motivações se viram todas ao contrário e nos puxam o tapete de um momento para o outro, quando menos precisamos.

Compreender e aceitar diferenças. Interiorizar que certas situações existem para nos ensinar alguma coisa, que ainda não aprendemos. Custa, é verdade, mas à medida que o tempo passa, acaba por ir custando menos, até que um dia nos lembramos e já não custa assim tanto. Ficamos mais fortes por cada bocadinho de nós que é deitado abaixo. Ficamos mais protegidos dos impactos que vamos sofrendo.

É aí que percebemos a capacidade que o tempo tem de nos modificar. Tornamo-nos diferentes, encaramos as situações de uma maneira diferente, consoante surge a necessidade de gerir as nossas emoções. E ao ver a imagem que surge no espelho, que surge em cada dia, acabamos por não ver a mesma pessoa de sempre, mas sim marcas e lembranças daquilo que define as experiências do nosso passado e que não nos deixam ser iguais a ontem.


Ana Margarida Raposo, 12.º E