Liberdade



Uma noite, depois de um dia cansativo, finalmente cheguei ao meu quarto. Eram precisamente 23:42 horas.

Lá fora, chovia torrencialmente, como se não houvesse amanhã. Tinha o notebook em cima da cama, ligado, como se alguém tivesse estado lá, enquanto estive fora.

Não sei o porquê, mas tive uma grande vontade de abrir a janela. Então, sem pensar duas vezes, dirigi-me para a janela e abri-a. Senti de imediato o vento a ir-me contra a cara, a chuva fria a escorrer-me no rosto e, numa fração de segundos, comecei a chorar. A chorar bastante. Agora o que me escorria na cara não era só chuva, mas uma mistura de chuva e lágrimas.

Não sei o porquê, mas senti-me fechada, como se não conseguisse falar. Estava a ser tudo tão estranho.

Fiquei toda encharcada, mas, mesmo assim, fui-me deitar na cama. Continuei com a janela aberta, pois aquele vento trazia-me uma pequena sensação de liberdade. Uma sensação de que a qualquer momento poderia ganha asas e voar. Se calhar era mesmo disso que eu precisava.

De voar. De espairecer. De liberdade.



Inês Pinto, 10.º K

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