O Amor...



“ Fico admirado quando alguém, por acaso e quase sempre
sem motivo, me diz que não sabe o que é o amor.
Eu sei exactamente o que é o amor. O amor é saber
que existe uma parte de nós que deixou de nos pertencer.
O amor é saber que vamos perdoar tudo a essa parte
de nós que não é nossa. O amor é sermos fracos.
O amor é ter medo e querer morrer. ”


‘A Criança Em Ruínas’, José Luís Peixoto



Bem, tudo começa com este poema.
A razão de assim ser é que, antes de cruzar caminho com ele, provavelmente faria a mesma pergunta, mas desde que o li parece que tudo ficou mais claro e esta explicação encaixa perfeitamente.
Provavelmente, diriam que sou lamechas em escrever sobre este tema (e eu própria diria o mesmo), mas há algum tempo atrás cruzei-me com este ser chamado Amor e toda a minha perspectiva mudou.
É como se a outra pessoa fosse tudo, se apoderasse de tudo. Do adormecer, do despertar, do pensar, do respirar, de tudo! Quase que vivemos em função dela, acções pensadas ao pormenor só para lhe agradar…
O pior é quando tudo isto é assim, mas apenas o é aos nossos olhos, quando não somos correspondidos.
Sensação de vazio… Tudo se encaixa na cabeça perfeitamente, mas falta a peça fulcral de tudo: a outra parte de nós. A parte decisiva de tudo. A que decide o ‘sim’ para o começo de uma nova história… O ‘sim’ para o amadurecimento da alma… O ‘sim’ para novas alegrias e novas tristezas…
Mas o que se pode fazer?
Muitos dizem que nos devemos atirar de cabeça, mas a verdade é que temos medo. Temos medo do ‘não’. Aquela palavra que estraga tudo.
E, apesar de se estar consumido pelo ‘ele’, não queremos estragar tudo. Não queremos estragar tudo o que já existe. Deitar tudo a perder por um simples e irritante sentimento: o Amor.
O sentimento que arruína tudo por muito bom que seja.
O Amor é, provavelmente, uma das sensações mais contraditórias. Ora o abraçamos, ora o desprezamos. Ora estamos bem, ora estamos mal. Ora o queremos perto, ora o queremos longe. Ora queremos tudo, ora não queremos nada.
É provavelmente algo que, quando aparece (e sem aviso prévio), devia vir com um manual de instruções, algo que explicasse como o devemos abordar e manter.
Mas por muito que o tentemos explicar e por mais que poemas como este nos encham as medidas sobre a definição de Amor, isto é algo que é inexplicável, incontrolável…
E, como já dizia Fernando Pessoa, “As coisas não têm significado: têm existência”…

Ana Margarida Lira, 11ºD, Escola Secundária de Camões

Comentários

Embora compreenda o que a Ana quer dizer, acho que o interesse do amor é mesmo esse!
O amor é o único sentimento que não conseguimos explicar ou exemplificar e aí é que reside a magia!
Parabéns pelo texto... =)

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