Sobre a Culpa…
Começando
este texto com um certo “quê” de cultura, Oscar Wilde uma vez escreveu o
seguinte: “Há uma certa volúpia na autocensura. Quando nos culpamos sentimos
que mais ninguém tem o direito de nos culpar. É a confissão, e não o padre, que
concede a absolvição”.
Alguém
discorda?
Pois
eu não.
O
Homem pode ser culpado de muita coisa, tanto legalmente como moralmente. E pode
ser punido, quem sabe, até pode perder a liberdade ou ter como destino o
isolamento… Mas isto é apenas em larga escala. No dia-a-dia, o máximo que nos
pode acontecer é perder um amigo, ou a confiança, ou a credibilidade. Não que
isso não seja importante, e claro. Contudo, não é a ação que torna a
consequência dolorosa, mas a nossa consciência – aqui é que reside toda a
culpa.
Portanto,
somos nós mesmos que nos censuramos. Noites em claro ninguém as produz por nós,
por muito de desejassem. Está tudo na nossa cabeça, criamos a nossa própria
guilhotina e somos nós a pôr lá a cabeça – enfim, temos escrúpulos. E é assim
que explicamos a existência da palavra “desculpa” e da necessidade desta ser
aceite. Somos seres egoístas e, no fundo, não queremos magoar quem amamos, mas
também não nos queremos magoar a nós.
Em suma, eu concordo com Oscar Wilde;
a absolvição é a confissão. Assim, estamos perdoados quando limpamos a nossa
consciência (isto se ela alguma vez não o esteve…!). O excerto acaba da
seguinte maneira: “Quando Dorian Gray acabou a carta sentiu-se perdoado”.
Exato, aqui está o padre. O problema é que, às vezes, a missa demora muito, e é
complicado segui-la atentamente… Seja como for, rezemos, então.
Mariana
Gomes, 11.º H
Comentários
Ângela Maria
Sérgio.