Crescer


Deixas de acreditar nas palavras dos que te ouvem, deixas de olhar para a cara dos que te sorriem, deixas de falar para as pessoas que te magoam, aprendes que nem toda a gente é igual, apercebes-te que mais dia, menos dia, te vês dentro de uma caixa que não é o teu mundo, a tua verdadeira realidade, desapareceu.
Vês que nem todos te sorriem, aprendes que nem todos se importam, apercebes-te de que nem todos os olhares pedem alguma compreensão em troca, chegas à conclusão que nem todos estão dispostos a dar-te a mão quando mais necessitas.
Quando dás por ti a bater várias vezes com a cabeça na parede, é que aprendes as devidas lições da vida e compreendes o significado das coisas e o porquê de elas acontecerem, o valor de cada sentimento fica apreendido como uma cicatriz que não sarará no coração, cada pessoa e cada objeto por mais pequeno que seja.
Aprendes a acreditar só naqueles que te fazem rir, corar e não naqueles que dizem estar “sempre lá”, pois nem sempre é verdade. Começas a confiar mais na tua intuição, do que no que é dito pelos outros. Vês que estás mais confiante nas tuas etapas e dos teus objetivos e que não precisas de uma multidão a lutar por ti mas sim, de poucos a lutar contigo e a acreditarem que és capaz.
Nem sempre precisas de todos os conhecidos, mas sim dos amigos verdadeiros que se contam com os dedos de uma mão. Esses são poucos, esses choram contigo não te consolam, riem contigo não te animam, abraçam-te não te iludem, beijam-te não te passam a mão pela cabeça, com o tempo aprendes o que terás de aprender. E, no final, começas a sorrir de segurança, não aquela que tens quando apertas o cinto, e vês que já não és uma criança, estás a crescer.


Margarida Guilherme, 11.º J 

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