Reflexão a partir do texto: A Arte de Ler – Um Jeito misterioso de Falar em Silêncio - Ler



Na solidão de estar só, a leitura eleva-se a um patamar que nos referencia como acompanhantes por vezes, ou de protagonistas outras vezes, fazendo-nos mover no comboio imparável da imaginação. É no consciente de estarmos inconscientes, que o prazer de ler é maior. Um estado crescente de curiosidade, que nos obriga num vício e magnitude, que nos impede de desviar o olhar, e que nos impede de desligar a luz que sustenta a nossa criação idealizada.
Absorver. Refletir. Falar connosco é frequente, parar a meio da página, suster o olhar nas palavras que queremos que sejam interiorizadas, que nos colocam em anseios e medos, como se nós próprios aí vivêssemos, é possível e permitido ao ler um livro. Ler, parar, esperar, refletir e continuar a ler, são ações que tornam a leitura compreendida e sobrepõem-na a um estado letárgico e profundo. Ocorre de forma
natural por intermédio dos conflitos interiores, que apanham cada palavra com um sentido que só nós próprios compreendemos, que só nós próprios concebemos para a nossa construção das visualizações por meio de uma filme que se move em câmara lenta, no qual se pode retroceder, parar, e repetir a cena.
Aqueles que não compreendem a beleza do ato de ler, não se deve, em princípio, à falta de cultura ou capacidade de entender o mundo alternativo que é traduzido nos livros. Não, deve-se à superstição de que por ler um livro com o qual não ficámos despertos, com o qual não ficámos cativados, não iremos apreciar nenhum outro.
Uma atitude que é realçada em muitos, mas porque apenas ainda não encontraram o seu género ideal, o género que os faz transpirar emoção e imaginação, pelo que ficam remetidos numa prisão sem escape, num espaço e tempo conhecido, inflexível e limitado da realidade.
Ao ler, atingimo-nos de um prazer inusitado e extraordinário, esperando que a imaginação e as letras que compõem a obra, se fundam numa só, num plano para lá do térreo e mundano, despegando a realidade e submetendo o fantástico e o irreal. Esse período, é tempo em que se respira liberdade e independência, em que a permissão não é concedida, pois o pedido, a licença, não tem formação. É um tempo de lazer livre, sem interrupções do que é, ou não, permitido. É tempo que se move em espiral imaginativo, sem barreiras ou obstáculos.

Patrícia Guerreiro, 12.º H

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