Reis e Peões




Há alguns dias, li num jornal uma frase que me ficou na memória, pois pode parecer bastante simples, mas, na minha opinião, diz e significa muito.

Essa frase foi a seguinte: “Depois do jogo acabar o rei e o peão voltam para a mesma caixa”. À primeira vista parece apenas uma constatação sobre o xadrez, mas se a lermos e a interpretarmos com um pouco mais de profundidade percebemos que se aplica mais à vida do que a um jogo de tabuleiro.

Para mim, esta frase tenta passar-nos uma lição de vida, assim sendo durante o tempo que vivemos e aproveitamos a vida, o jogo, podemos fazê-lo com, todo o dinheiro do mundo e tudo o que daí advém, luxo, qualidade de vida, bens materiais, etc., ou seja sendo os “reis” desta frase.

Ou pelo contrário podemos ter bastantes dificuldades monetárias, e desse modo passarmos fome, ou não termos onde dormir, ou seja sermos tão pobres que tudo o que temos são sonhos, levando assim a situação do “peão” ao extremo, o que não faz com que seja impossível.

Assim sendo esta frase, na minha opinião , apresenta uma crítica à sociedade dos nossos dias, sendo a diferença que se faz sentir entre classes o seu principal foco.

Deste modo, esta frase a meu ver tenta passar que tanto “peões” como “reis” são humanos, são ambos de carne e osso, morrem da mesma forma voltando assim para ”a mesma caixa”.

Não quero com isto dizer para as pessoas mais abastadas não aproveitarem as suas vidas, e tentarem vivê-las da melhor forma possível, mas, sim, para não aumentarem o buraco que cada vez separa mais as classes mais abastadas das que passam mais dificuldades, apenas tento dizer que ricos e pobres, “reis” e “peões” são ambos seres humanos que devem ser tratados de igual forma, pois as pessoas não se podem diferenciar pelo seu estatuto social ou pelo que têm.

Em suma, o que esta frase tenta passar é que “peões”e “reis” irão ter todos o mesmo destino, a morte, e sendo ambos seres humanos iguais é de condenar a distinção que a sociedade atual faz entre ricos e pobres.

Inês Atalaya, 11.ºD 

Comentários

bookslover1344 disse…
Já há alguns dia que li este texto e, assim como a autora, também eu fiquei com esta frase na cabeça. Faz-nos pensar no inevitável da morte, pois ninguém consegue evitar a morte, independentemente do seu valor pessoal ou monetário.
É também interessante a forma como a autora interpreta, pois sim, os réis eram ricos e poderosos, mas para ser rei era preciso nascer na família certa, na altura certa. De qualquer das formas, este texto lembra-nos do facto que não interessa a vida que levamos aos olhos da morte e, uma das frases que isto mais me lembra é "ninguém sobrevive à morte" (Beetlejuice)
Concluindo, este texto, tão marcante, demonstra que apenas temos 2 certezas na vida: todos nascemos nus e todos morremos, pois não é nem a sorte nem a riqueza que torna o homem imortal. Ninguém consegue escapar à Morte, ninguém é imortal

Patrícia Cardoso nº19 10ºL
Anónimo disse…
Através de uma simples frase que leu algures num jornal, Inês estabelece uma metáfora que põe em causa algo tão controverso e debatido como a natureza humana.
Pois bem, embora o rei e o peão sejam peças distintas, com diferentes valores no jogo de xadrez, a verdade é que, no contexto social em que vivemos, também as pessoas são encaradas e julgadas de forma desigual. Não se quer com isto dizer que tenhamos todos de ser iguais e, assim, vivermos o mesmo estilo de vida, com as mesmas ambições e desejos, trata-se sobretudo de realçar a dualidade existente entre seres que vêm ao mundo da mesma maneira, com os mesmos direitos e que, como referido no texto, dele partem de forma igual. Talvez a procura da natureza humana seja mais profunda do que aquilo que cada um de nós ostenta, mostra e aparenta, sendo necessário, cada vez mais, olhar para o que realmente importa e valorizar, de vez, esta dádiva que é a vida.
Matilde Tristão nº22 10ºI

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