As pétalas – parte dois
Olhámos em volta. À nossa vista não
se encontrava ninguém. A estação estava deserta.
Voltámos a andar, e descemos as
escadas. Estávamos a caminhar ao longo do cais quando avistei, no último banco,
um homem sentado. O seu ar era deplorável. Macambuziamente, apoiava o queixo na
palma da mão, com o seu braço em cima do joelho. Ainda que não estivesse com
tal semblante impresso na cara e corpo chamaria a atenção, pois tinha o cabelo
de cor loiro platinado – nada comum no sítio onde vivíamos. Tudo isto, mais o
facto de só nós e ele nos encontrarmos no cais levou-me a assumir que ele teria
algo a ver com as pétalas despedaçadas.
À medida que nos aproximámos dele,
comecei a esboçar um sorriso benevolente, algo que não lhe passou despercebido.
Levantou-se e começou a andar num passo exasperado, tempestuoso.
Mariana Mateus, 12.º H
Comentários