As pétalas – parte um







Estávamos a caminho do metro. Mais uma noite na cidade… Distraidamente, lá íamos nós andando, como se não tivéssemos qualquer preocupação no mundo. Descemos as escadas rolantes. Ouvimos o desenfreado apito do metro.
- Apanhamos o próximo – disse ele.
Quase a chegar ao cais, deparámo-nos com um cenário algo invulgar.
- Não é todos os dias que se vê tal coisa. – comentei.
Ele acenou com a cabeça, intrigado. Percebi que estava a formular hipóteses na sua cabeça. Não o censuro, porque, muito honestamente, eu estava a fazer o mesmo. Qual seria a história? Haveria algum motivo festivo por trás daquilo? Ou seria pesaroso, lúgubre, angustiante? Não vou mentir: preferia que fosse uma das últimas opções (ou então todas juntas).
Pensei «Se tivesse aptidão para a escrita, certamente inventaria uma deliciosa história a partir disto. Era uma vez um casal. Iam a caminho da cidade quando encontraram múltiplas pétalas de gardénia espalhadas no chão da estação de metro.»



Mariana Mateus, 12.º H

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