Acordei de manhã



Acordei de manhã, sobressaltado com o som ensurdecedor da televisão. Havia-se ligado sozinha. O volume do aparelho estava no máximo. Levantei-me a custo e dirigi-me à sala, dando início à tão árdua tarefa que era a procura desenfreada do comando da televisão, que devia estar perdido nas profundezas do sofá, ou talvez debaixo de uma revista…
Enquanto travava esta batalha, a de combater o sono e simultaneamente concentrar-me no alvo da procura, o alarme dispara.
            - Mas que raio! – disse entre dentes.
            Aquele som tinha-me assustado.
            Tudo parecia flutuar, levitar. O grande sofá da sala elevava-se uns dois milímetros acima do nível do chão. A mesa no meio da sala seguia o exemplo do sofá, assim como o computador, o candeeiro…
            Pensando eu que a falta de sono me estava a causar efeitos alucinogénios, fui a cambalear de sono para o quarto, não fossem as pessoas que me bloqueavam a saída da divisão. Eram-me desconhecidas. Cinco pessoas era o número certo, todos eles com idades entre os 35 e os 40. Tive a ideia de que, por fora da camisola, se podia ver o meu coração a bater.
            Em uníssono, os indivíduos soltaram um grito e, em simultâneo, recuei. Com uma força que me percorreu o corpo, decidi avançar e empurrar quem me tapava a saída.
            - Wow! – exclamei, olhando para trás e vendo que as pessoas já lá não estavam.
            Deitei-me na cama novamente. Fechei os olhos e disse baixinho:

            - Deve ter sido o sono.


Pedro Fontes, 11.º J

Comentários

Anónimo disse…
Bom dia colega Pedro.
Gostei do facto de teres enfrentado os teus obstáculos, com um forte carácter e persistência.
A tua escrita provoca sentimentos muito profundos e o desejo da leitura.
Com todo o amor, carinho, ternura... e tudo mais.
Beijinhos, feliz natal, bom ano :)
Mariana <3

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