Imagina
Sentada na varanda, nesse sítio de onde tu vês, mas ninguém te alcança, nem te ouve, por mais alto que os teus pensamentos gritem.
Passas por momentos só teus. Ouves música, enquanto, sentada no teu planeta, imaginas que tudo volta a acontecer. Recordas tudo o que guardas de bom, e depois começas a imaginar se o que acontecesse de mau fosse apagado do tempo, da memória. Imaginas que as sextas-feiras eram afinal segundas, que o Verão era no Inverno. Era como se pudesses retroceder no tempo, ou mesmo pará-lo, para pensares nas tuas acções detalhadamente e, assim, não voltar a errar.
Imagina só, por um momento, que ninguém contestou as tuas decisões e planos do futuro, que não existem obstáculos que tentaram arruinar tudo o que conseguiste com esforço.
Imagina que nunca tinhas encontrado inconvenientes na tua vida, chegas até a imaginar que não tens nada nem ninguém com quem competir.
Consegues mesmo imaginar este novo mundo? Mas só de imaginar fica tudo extremamente aborrecido, porque, afinal de contas, tudo o que nos dá gozo é tudo o que conseguimos realizar depois de todos os planos correrem bem.
E depois, de tudo, pensas que, em apenas uns segundos, pode mudar tudo o que imaginaste, e voltas a começar, imaginando coisas irreais que só se realizam em sonhos, e das quais te iludes e tens esperança que se realizem, mas há sempre alguma coisa, que por muito pequena que seja, muda tudo num instante. Por isso, continua a IMAGINAR.
Soraia Araújo, Escola Secundária de Camões, 12ºD
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