Noite


        Noite, minha amigável inimiga, o que foste tu fazer neste bonito luar? Não eras tu a minha conselheira deste céu escuro, desta vida escura? A ti contei todos os meus pensamentos e sentimentos, então, porque os destruíste? A única coisa que era, simultaneamente, a minha maior felicidade e a minha maior fraqueza. Não terei agora motivos para sorrir, nem para sofrer. As duas coisas que cada ser humano necessita de ter na sua vida. Mas porquê, noite escura e bela? Confiei em ti a minha felicidade e a minha fraqueza, e tu ouviste, aconselhaste, mas traíste. Então, diz-me, minha amigável inimiga, como passarei as manhãs, sem o meu sol? Porque o meu sol, minha amigável inimiga, não é como o do resto do mundo. O meu sol era ela. Tal como a lua necessita do sol, eu necessito dele. O sol e a lua raramente se encontram, mas, mesmo assim, necessitam um do outro. Agora transformaste-me numa lua, à espera que o sol e ela se encontrem, no trigésimo primeiro dia, do próximo ano. 

Ana Ganeva, 11.ºK  

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