Relatos de autocarro


                                     


            Mais um dia se passou.
            Ao entrar no autocarro, observei tudo em meu redor, desde os automóveis a passar, às pessoas a passear na rua. Limitei-me a observar. No banco ao meu lado, estava sentado um sujeito, o seu rosto nenhuma expressão apresentava, mas presumi que estivesse cansado do longo dia de trabalho. O movimento dos carros é rápido como o do vento. O sol, ainda o vejo, mas está quase a despedir-se. É intrigante olhar para uma pessoa e imaginar a sua rotina. Podemos estar diante de um contabilista, que passa o dia sentado numa secretária rodeado de números, ou então de um músico. As opções são tantas que nunca se torna aborrecido jogar ao “faz de conta”.
            O caminho até casa não é longo, e a minha viagem está quase a terminar. É reconfortante chegar a casa, depois de um longo dia, e entrar pela porta e receber um abraço gigante. Ao longo deste percurso, vi o autocarro a encher e a esvaziar como quem bebe um copo de água. De longe, observo a minha paragem, pressiono o botão, de modo a indicar que a minha viagem terminou, e mais um dia se passou.



Ana Marta Rato, 11.º K

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