Doce crime
Enquanto o mundo te inquieta, com a sua lentidão inerte, as palavras capturadas na minha mente saem pelos teus olhos.
Enquanto
o teu coração amarrotado numa garrafa navega até mim, a cidade queimada se
dobra de joelhos, crepitio
silencioso.
Os
teus ombros me cobrem a vista sobre a vida, fachada de certezas e ilusões.
A
dor olha para nós enquanto dançamos através desta bolha, vaporosa e
inconsistente. A luz nos penetra e não existe nenhuma violência. A melhor parte
de nós parece ter sempre os maiores declínios.
Às
vezes ficas preocupado com o meu conceito de tempo, como cede à minha vontade,
tiquetaqueando para trás, foi preciso só um longo minuto para nos apaixonarmos.
A tua existência quebrou o meu relógio e as suas preocupações.
Mas
que crime doce que somos, que mentira intemporal que filtro de ilusões.
Carolina Blu Bassano Peixoto de Carvalho, 11.º K
Carolina Blu Bassano Peixoto de Carvalho, 11.º K
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